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Covid: Entenda as diferenças entre as vacinas disponíveis no Brasil

Covid: Entenda as diferenças entre as vacinas disponíveis no Brasil

Até o momento, o Brasil utiliza três vacinas contra a Covid-19 em sua campanha de imunização: a da Pfizer, a Coronavac e a Astrazeneca. Além disso, espera-se para esta terça-feira (15) o voo com o primeiro lote de vacinas da Janssen. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária também autorizou, com restrições, o uso dos imunizantes Covaxin e Sputnik V. Abaixo, veja os detalhes sobre cada uma:

Coronavac

– Fabricante: foi desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac. No país, o Instituto Butantan se tornou parceiro da empresa para testar e fabricar a fórmula no Brasil

– Eficácia: a eficácia para casos sintomáticos é de 50,7%, sendo que pode se chegar a 62,3% se houver um intervalo de mais de 21 dias entre as duas doses da vacina

– Intervalo entre as doses: a segunda dose precisa ser aplicada de 14 a 28 dias após a primeira. Caso haja atraso na aplicação, a segunda dose deve ser tomada o mais rápido possível. Segundo especialistas, a aplicação da segunda dose 15 a 21 dias após o prazo ideal não compromete a eficácia do imunizante. Quem tomou a Coronavac deve aguardar a segunda dose do mesmo fabricante e não tentar receber a vacina da AstraZeneca/Oxford, por exemplo

– Efeitos colaterais: até o momento, não há relatos de efeitos colaterais graves. Os efeitos mais comuns são dor de cabeça, dor no local da injeção, além de febre e fadiga. 

– Armazenamento: depende de uma rede de frio de 2 a 8 graus, média que os freezers disponíveis no Brasil utilizam para outras vacinas



– Como funciona: é feito com o vírus inativado, assim como funciona a produção da vacina contra a Influenza. Os cientistas cultivam o Sars-CoV-2 em laboratório e depois o tratam com uma substância que torna o agente incapaz de fazer suas cópias. O corpo, então, recebe a vacina com o vírus — já morto — e começa a gerar os anticorpos necessários no combate da doença

AstraZeneca

– Laboratório: a Universidade de Oxford, se aliou à farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca para escalonar a produção do imunizante. Ano passado, a Fiocruz firmou um acordo para envasar as doses. 

– Eficácia:  Cerca de 70% nos estudos que levaram à aprovação, variando entre 62 e 90%. Dados de vida real recém-divulgados pelo governo britânico apontam para 90% de proteção após as duas doses. 



– Intervalo entre as doses: o prazo para aplicação da segunda dose é de até 90 dias

– Efeitos colaterais: febre, dores musculares e de cabeça. A indisposição é transitória e resolve espontaneamente em cerca de 48 horas



– Armazenamento: depende de uma rede de frio de 2 a 8 graus, média que os freezers disponíveis no Brasil utilizam para outras vacinas

– Como funciona: a vacina usa um outro vírus para carregar parte do material genético do coronavírus dentro do corpo. Este adenovírus carrega em si as instruções para a produção de uma proteína característica do coronavírus, conhecida como espícula. Ao entrar nas células, o adenovírus faz com que elas passem a produzir essa proteína e a exiba em sua superfície, o que é detectado pelo sistema imune, que cria formas de combater o coronavírus e cria uma resposta protetora contra uma infecção

Pfizer

– Fabricante: Pfizer e BioNTech



– Eficácia: demonstrou 95% de eficácia em prevenir casos confirmados de Covid-19. O laboratório já relatou, inclusive, que a vacina funciona contra a variante sul-africana

– Intervalo entre as doses: o prazo de aplicação para a segunda dose é de 21 dias

– Efeitos colaterais: algumas pessoas podem ter reações alérgicas, dor local, febre e moleza, eventos adversos leves que podem acontecer com qualquer vacina tomada em até 48 horas



– Armazenamento: a orientação do Ministério da Saúde é de que as doses sejam armazenadas entre -25°C e -15°C, temperatura ideal para que a vacina fique em estoque por até 14 dias. A vacina possui um prazo de validade de seis meses quando armazenada em temperatura de -75°C

– Como funciona: usa o material genético do coronavírus (RNA), que é o que vai dar as instruções para que a célula faça a proteína S do vírus. Diferente das outras, esse material genético não é levado por outro vírus, e sim por outros tipos de transportadores, que podem ser “sacolas de gorduras”, os lipossomas. Os imunizantes criados a partir da replicação de sequências de RNA torna o processo mais barato e mais rápido. 

Sputnik V

A vacina recebeu liberação parcial da Anvisa para ser distribuída sob condições específicas e em quantidade limitada em seis Estados (Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí e Sergipe). Poderão ser importadas doses para 1% da população de cada um dos Estados, totalizando 928 mil vacinas, incluindo a segunda aplicação



– Fabricante: Instituto Gamaleya (Rússia) e Laboratório União Química (Brasil)

– Eficácia: 91,7%, segundo estudo da Lancet, e 97,6%, segundo Instituto Gamaleya

– Intervalo entre as doses: aplicada em duas doses com intervalo de 21 dias



– Efeitos colaterais: comuns, semelhante à gripe, dor de cabeça, fadiga, reações no local da injeção

– Armazenamento: a temperatura de armazenamento varia entre 2 e 8 graus, permitindo que seja mantida em refrigerador convencional sem a necessidade de investimento em infraestrutura adicional da cadeia de frio

– Como funciona: o imunizante usa tecnologia de vetor viral, que insere um pedaço do coronavírus dentro de um adenovírus (vírus de resfriado), que funciona como vetor para ensinar o sistema imune a se proteger contra o Sars-Cov-2. No caso da AstraZeneca e da Janssen, é um adenovírus e, na Sputnik V, dois adenovírus diferentes. Na primeira dose, um adenovírus leva a proteína S para dentro das células humanas, o que causará uma resposta imune do organismo, que começa a criar defesa contra a proteína e, consequentemente, anticorpos contra o coronavírus. Na segunda dose, entra em cena outro tipo de adenovírus, que fará o mesmo papel, mas ao mesmo tempo tende a ser o diferencial mais assertivo do imunizante. 



Janssen 

– Fabricante: O imunizante pertence ao grupo Johnson & Johnson 

– Eficácia: Estudos da Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) apontam que a dose única do imunizante é 66% eficaz na prevenção de diversas variantes da covid-19

– Intervalo entre as doses: única dose



– Efeitos colaterais: reações locais da injeção, como dor, vermelhidão da pele ou inchaço, além de dor de cabeça, cansaço, dores musculares, náusea e febre

– Armazenamento: seu armazenamento pode ser feito em geladeira comuns, de 2°C a 8°C

– Como funciona: baseado em vetores de um vírus que causa o resfriado comum (adenovírus sorotipo 26) e que, uma vez modificado para o desenvolvimento do imunizante, não se replica ou resulta em resfriado. A vacina também utiliza o código genético da proteína spike do Sars-CoV-2. Assim, ao ser imunizado, o indivíduo recebe o material genético do coronavírus dentro do adenovírus, o que faz com que o corpo produza anticorpos contra o invasor. Dessa forma, o organismo cria uma resposta imunológica e uma memória e, caso a pessoa venha a ser infectada pelo vírus, o corpo irá reconhecê-lo e logo entrará em ação

Covaxin

A agência regulatória brasileira permitiu, por enquanto, o uso de 4 milhões de unidades do imunizante. A Anvisa ponderou o fato de não ter recebido relatórios da agência indiana, o curto prazo de acompanhamento dos participantes dos estudos e a inconclusão dos estudos da fase 3, etapa que atesta a eficácia da vacina

– Fabricante: desenvolvida e fabricada pelo laboratório indiano Bharat Biotech, em colaboração com o Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR) do Instituto Nacional de Virologia (NIV)

– Eficácia: 78% (100% em casos graves) 

– Intervalo entre as doses: é aplicada em duas doses, com intervalo de 28 dias entre cada uma delas

– Efeitos colaterais: estudos publicados sobre as fases 1 e 2 não mostram efeitos colaterais graves. 

– Armazenamento: exige armazenamento de 2 a 8º C

– Como funciona: a Covaxin usa versões inativadas do Sars-CoV-2. Essa é uma tecnologia tradicional e semelhante à utilizada pela Coronavac, do Instituto Butantan. Vacinas com vírus inativados, como a Covaxin, têm tecnologia semelhante a de vacinas da gripe, poliomielite, entre outras

Fonte: Ministério da Saúde e pesquisa direta / O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

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