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Putin suspende acordo nuclear com os EUA e coloca mísseis nucleares em-servico de combate

Putin suspende acordo nuclear com os EUA e coloca mísseis nucleares em-servico de combate


Declaração foi feita em um discurso voltado para a elite política e militar do país. ‘Mais armas nucleares tornam o mundo mais perigoso’, disse o secretário-geral da Otan.

O presidente Vladimir Putin suspendeu nesta terça-feira (21) a participação Rússia no último tratado de controle de armas nucleares feito com os Estados Unidos. Ela também alertou que os russos colocaram novas armas estratégicas à disposição para combate.

Os dois países ainda têm vastos arsenais de armas nucleares remanescentes da Guerra Fria, cujos números são atualmente limitados pelo New START, acordo assinado pelos dois países em 2010 e que deveria valer até 2026.

“Sou forçado a anunciar hoje que a Rússia está suspendendo sua participação no Tratado de Redução de Armas Estratégicas”, disse Putin.

Ele também anunciou a disponibilização de um novo tipo de armamento, mas não especificou quais sistemas haviam sido colocados em serviço nem afirmou se seriam armas nucleares.

O líder russo disse que algumas autoridades em Washington estavam pensando em retomar os testes nucleares e que o Ministério da Defesa da Rússia e a corporação nuclear deveriam, portanto, estar prontos para testar as armas nucleares russas, se necessário.

“É claro que não faremos isso primeiro. Mas se os Estados Unidos realizarem testes, então nós o faremos. Ninguém deve ter ilusões perigosas de que a paridade estratégica global pode ser destruída”, disse o presidente russo.



Putin anunciou a medida durante seu discurso anual para a elite russa, no qual prometeu continuar com a operação militar da Rússia na Ucrânia e acusou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), liderada pelos EUA, de inflamar o conflito na crença equivocada de que poderia derrotar Moscou em um confronto global.

“Há uma semana, assinei um decreto sobre a colocação de novos sistemas estratégicos terrestres em serviço de combate. Eles vão enfiar o nariz deles lá dentro também, ou o quê? Eles acham que tudo é tão simples assim? Que vamos deixá-los entrar lá assim?”, disse Putin no discurso.

Falando quase um ano depois de ordenar uma invasão que desencadeou o maior confronto com o Ocidente desde o período da Guerra Fria, Putin disse que a Rússia “resolverá consistentemente as tarefas que enfrenta” na Ucrânia.



O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que lamenta a decisão da Rússia de suspender sua participação no acordo New START e pediu que Putin reconsidere esta decisão. “Mais armas nucleares e menos controle tornam o mundo mais perigoso”, disse.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chamou o anúncio de Putin de profundamente infeliz irresponsável. “Estaremos observando atentamente para ver o que a Rússia realmente faz. É claro que nos certificaremos de que, em qualquer caso, estejamos posicionados adequadamente para a segurança de nosso próprio país e de nossos aliados”, disse Blinken.



O que é o tratado New START?

Assinado pelos presidentes Barack Obama e Dmitry Medvedev em 2010, o tratado New START limita o número de ogivas nucleares estratégicas que os Estados Unidos e a Rússia podem implantar em misseis ou armamentos.

Acordo entrou em vigor em 2011 e foi estendido em 2021 por mais cinco anos após a posse de Joe Biden. O acordo permite o acesso de inspetores dos EUA e da Rússia aos armamentos, para garantir que ambos os lados estejam cumprindo o tratado.

Sob o acordo, Moscou e Washington se comprometem a não implantar mais do que 1.550 ogivas nucleares estratégicas e 700 mísseis e bombardeiros de longo alcance.



Cada lado pode realizar até 18 inspeções de locais estratégicos de armas nucleares a cada ano para garantir que o outro não tenha violado os limites do tratado. No entanto, as inspeções sob o acordo foram suspensas em março de 2020 por causa da pandemia da Covid-19.

As negociações entre Moscou e Washington sobre a retomada das inspeções deveriam ocorrer em novembro passado no Egito, mas a Rússia as adiou e nenhum dos lados estabeleceu uma nova data.

G1



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