MINAS GERAIS RESPONDE POR 41% DOS CASOS DE TRABALHO ANÁLOGO A ESCRAVIDÃO NO PAÍS

Média é de 3 resgatados por dia

Minas Gerais teve 1.070 pessoas resgatadas em situação de trabalho análogo ao de escravos no ano passado, o que corresponde a 41% do total de 2.575 trabalhadores encontrados em condições degradantes no Brasil inteiro neste período. Com estes dados, Minas chegou à triste média de 3 trabalhadores resgatados por dia em locais insalubres, com jornadas exaustivas, salários baixos e sem os direitos trabalhistas respeitados.

Vale lembrar que o estado começou 2022 com um resgate de grandes proporções: já no mês de janeiro 271 trabalhadores foram encontrados em situações precárias em três fazendas de produção de cana de açúcar, que abastecem uma usina na região de João Pinheiro. Eles trabalhavam debaixo de sol forte, sem sombra e sem local próprio para fazer as refeições. Para almoçar, os funcionários se sentavam no chão de terra e apoiavam as marmitas em uma das mãos ou nas pernas. 

A fiscalização também visitou os alojamentos onde estes trabalhadores moravam, na cidade de Varjão de Minas. Os quartos estavam superlotados e não tinham móveis, as camas e banheiros eram precários. Durante a operação, foram quitadas as verbas rescisórias que ultrapassaram de R$ 5 milhões. Cada trabalhador foi indenizado a título de reparação por danos morais individuais e a empresa pagou mais uma indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 400 mil.

As operações de combate ao trabalho escravo são realizadas em conjunto pelo Ministério Público do Trabalho (MPT/MG), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU), Ministério Público Federal (MPF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Federal (PF). No total foram realizadas 117 operações em Minas Gerais no ano passado.

Fonte: O Tempo