Policial é vítima de racismo ao prender homem por perturbação do sossego em Paracatu
No domingo (21), um sargento da Polícia Militar foi alvo de racismo enquanto atendia uma ocorrência de perturbação do sossego em Paracatu, no Noroeste de Minas Gerais. Durante o trajeto até a delegacia, o homem detido teria dito que “o preto tem a necessidade de aparecer” ao sargento.
Segundo a Polícia Militar, a equipe do sargento foi chamada à Praça Júlia Camargo, no Bairro Paracatuzinho, onde um veículo estava com o som em volume alto, perturbando a tranquilidade dos moradores. A solicitação foi feita anonimamente pelo número 190.
O policial pediu ao motorista do veículo, de 27 anos, que reduzisse o volume do som. Ele se recusou, alegando que o veículo estava devidamente licenciado e que estava apenas se divertindo.
O homem foi preso por perturbação do sossego após a recusa. No entanto, ele resistiu à prisão, tentando impedir a ação dos policiais com empurrões, socos e chutes.
Para conter a resistência e prendê-lo, os militares usaram técnicas de contenção, imobilização, controle de contato, algemação e projeção ao solo.
Durante a ação, familiares e amigos do motorista intervieram, causando novo tumulto. Para dispersar a aglomeração, que incluía várias pessoas sob efeito de álcool, o sargento disparou duas vezes com munições de borracha e usou spray de pimenta para controlar a situação, segundo a PM.
Apesar do tumulto, o homem foi preso. As infrações de trânsito foram registradas e o veículo removido para um pátio credenciado pelo Detran.
Ainda conforme a Polícia Militar, durante o deslocamento para a delegacia, o suspeito proferiu palavras de discriminação racial contra um dos policiais. O homem teria dito que o sargento estava agindo assim por ser preto e que, apesar dele mesmo ser negro, não gostava de negros.
“O preto tem a necessidade de aparecer”, teria dito o homem. Ele foi levado para a Polícia Civil, onde permaneceu à disposição do delegado de plantão para as demais providências.
Em nota, a Polícia Civil informou que a prisão em flagrante do homem foi ratificada pelos crimes de resistência e injúria racial. Uma investigação foi aberta para apurar o caso.