Copasa pode ser multada em até R$ 14 mil por lançamento de esgoto em córrego de Paracatu

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) pode ser multada em até R$ 14 mil devido ao rompimento de uma adutora que, há mais de 15 dias, lança esgoto no Córrego Rico, em Paracatu. A infração foi identificada pela Polícia Militar de Meio Ambiente (PMMA), que emitiu um auto de infração no sábado (25), após constatar o dano no Bairro Chapadinha.
Segundo a PMMA, o vazamento alterou a qualidade da água do córrego, que apresenta aspecto turvo, escuro e mau cheiro. A poluição pode favorecer o aparecimento de insetos e roedores, trazendo riscos à saúde da população e ao meio ambiente.
Denúncias e fiscalização
O problema foi inicialmente denunciado por uma moradora de 30 anos nas redes sociais. Outra reclamação, feita por uma moradora do Bairro Santana, apontou o lançamento de esgoto a céu aberto na Rua Honório Silva, diretamente no Córrego Pobre.
Durante a fiscalização no Bairro Chapadinha, os agentes identificaram que uma vala foi aberta para direcionar o esgoto diretamente ao Córrego Rico, agravando a contaminação dos recursos hídricos e impactando a fauna e flora locais. No mesmo bairro, também foi encontrado outro rompimento na adutora, resultando no despejo de resíduos diretamente no solo.
Já no Bairro Santana, a PMMA verificou que a Copasa havia realizado manutenção na rede de esgoto, interrompendo o lançamento de detritos no Córrego Pobre.
A Polícia Militar de Meio Ambiente tentou contato com a Copasa para esclarecimentos, mas não obteve retorno dos representantes da empresa.

Posicionamento da Copasa
Em nota, a Copasa informou que está mobilizada para regularizar o sistema de esgotamento sanitário em Paracatu o mais rápido possível. Segundo a empresa, os danos nas tubulações ocorreram devido às fortes chuvas que atingiram a cidade nos últimos dias.
A concessionária detalhou que as obras para reconstrução da rede no Loteamento Palmeiras devem ser concluídas na próxima segunda-feira (3/2). No Bairro Chapadinha, o extravasamento no Córrego Rico foi atribuído ao abatimento da rede. Já na região do Córrego Pobre, o problema teria sido causado pelo rompimento da tubulação após o colapso da estrutura de drenagem da BR-040.
No Bairro Cidade Nova, a Copasa afirmou que materiais sólidos trazidos pelas enxurradas obstruíram e danificaram parte da rede, causando extravasamento de esgoto. A empresa informou que cerca de 1.200 metros de tubulação serão substituídos e que, devido à complexidade das obras e às condições climáticas, os trabalhos devem ser concluídos até o fim de março.
A concessionária ressaltou que a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) segue em operação e que os órgãos competentes foram informados sobre a situação. Sobre a autuação aplicada pela PMMA, a empresa afirmou que o caso está sendo apurado internamente e será respondido no devido processo administrativo.