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Osso de lagarto de mais de 80 milhões de anos está entre os fósseis achados no ‘condomínio dos dinossauros’ em Uberaba

Osso de lagarto de mais de 80 milhões de anos está entre os fósseis achados no ‘condomínio dos dinossauros’ em Uberaba

Mesmo com apenas dois centímetros, descoberta é importante para apontar a variedade de fósseis existentes na região. Item está entre os quase 300 ossos encontrados em meio às obras do Condomínio Tamareiras.

Em meio aos quase 300 fósseis encontrados nas obras do Condomínio Tamareiras, em Uberaba, está um item que chama a atenção dos cientistas. Um osso de uma espécie de lagarto que viveu há mais de 80 milhões de anos estava no solo escavado na construção, que ficou conhecida como “Condomínio dos Dinossauros”.

O osso é da mandíbula do lagarto e tem pouco mais de dois centímetros de tamanho. Apesar de pequeno, o fóssil pode representar uma grande descoberta para a paleontologia, já que pode pertencer a uma nova espécie.

“A importância é que ele mostra a grande diversidade de grupos fósseis encontrados em Uberaba. Já encontramos ossos de dinossauro, herbívoros, crocodilo, rã…”, explicou ao g1 o professor e geólogo da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)Luiz Carlos Borges Ribeiro.

Ainda segundo o geólogo, o osso se parece com o de outro lagarto identificado na região nos anos 1950. Porém, o outro fóssil é mais recente e foi datado em 70 milhões de anos.

“A mandíbula é uma parte importante para a identificação de uma nova espécie. Ele será analisado para concluir se de fato é ou não uma espécie diferente”, acrescentou.



O osso do lagarto está com a empresa de consultoria ambiental, contratada para avaliar o andamento da obra. A peça deve ser encaminhada para o Complexo Cultural e Científico de Peirópolis, em Uberaba.

“Condomínio dos Dinossauros”

O Conjunto Habitacional Tamareiras, em Uberaba, tem quase 300 fósseis encontrados durante obras na região do Bairro Ilha de Marajó. A construção do conjunto habitacional parecia não ter nada de mais. Mas quando começaram a cavar na região, eram fósseis que não acabavam mais.

“O volume de rocha aqui é enorme. Então, na medida que ele vai rompendo as rochas, vamos analisando. Posteriormente, a gente vai para os rejeitos, essa montanha de rocha, um caso inédito na nossa região”, detalhou o paleontólogo Paulo Macedo.



  • Até então, haviam sido encontrados 283 fósseis entre as pedras;
  • Parte desse material estava a pouco mais de 2 metros abaixo do solo;
  • Uberaba é um sítio paleontológico, de acordo com Macedo.

“Qualquer escavação que a gente faz aqui tem a possibilidade de encontrar fósseis. Então é relevante que tenha sempre o acompanhamento de um paleontólogo para ir monitorando essas escavações”, completou o paleontólogo.

Obra precisou ser paralisada

Conjunto habitacional onde foram localizado os fósseis em Uberaba — Foto: Reprodução/TV Integração

Conjunto habitacional onde foram localizado os fósseis em Uberaba — Foto: Reprodução/TV Integração



Durante cinco meses, as construções das 467 casas do conjunto habitacional precisaram ser interrompidas, em 2022, após a descoberta dos fósseis. Para continuarem com a obra, foi preciso contratar um arqueólogo.

Durante a gravação de uma reportagem para a TV Integração, inclusive, um fragmento de fóssil foi encontrado, comprovando como a obra, em andamento, está repleta de fósseis.

“É comum encontrar. Qualquer trabalho que a gente inicia logo em seguida já depara com fragmento de fóssil”, afirmou Macedo.



Fóssil foi localizado enquanto era gravada reportagem em Uberaba — Foto: Reprodução/TV Integração

Fóssil foi localizado enquanto era gravada reportagem em Uberaba — Foto: Reprodução/TV Integração

Bairro dos dinossauros

Os objetos de aproximadamente 80 milhões de anos encontrados na obra são levados para o bairro turístico de Peirópolis. A segunda etapa do processo é feita no complexo científico cultural da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).

“Tem que retirar a rocha do fóssil para a gente poder ter uma noção do formato, para chegar depois em que animal ou planta foi revelada, para que depois a pesquisa comece a ser realizada de fato”, explicou o paleontólogo Thiago Marinho.



Com a quantidade de fósseis, o trabalho de pesquisa deve durar anos. O que se sabe é que os objetos mostram a diversidade de animais que viviam na região.

As escavações e estudos Uberaba são realizados desde a década de 40. De lá para cá, a região se tornou conhecida nacionalmente. A riqueza nos acervos se destacam, pois é possível encontrar fragmentos de crocodilos e até dentes de dinossauros.

G1



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