NOTÍCIAS

Jorge Marra é indiciado por três crimes após atirar e matar candidato a vereador Cássio Remis em Patrocínio

Jorge Marra é indiciado por três crimes após atirar e matar candidato a vereador Cássio Remis em Patrocínio

Conforme inquérito, o ex-secretário de Obras, que é irmão do prefeito, pode responder por homicídio, roubo e porte ilegal de arma de fogo; motorista também é indiciado. Vítima foi assassinada após denunciar em live suposta obra irregular da Prefeitura.

A Polícia Civil em Patrocínio concluiu o inquérito que investiga a morte do candidato a vereador Cássio Remis, que foi baleado no dia 24 de setembro.

Segundo apontaram as investigações, o autor dos disparos, o então secretário de Obras Jorge Marra – que também é irmão do prefeito – foi indiciado por homicídio, porte ilegal de armas de fogo e roubo (por ter subtraído o celular da vítima). Ele foi preso três dias depois do crime e está no Presídio Sebastião Satiro, em Patos de Minas.

Segundo a esposa de Cássio Remis, ele estava sendo ameaçado; a Polícia Civil confirmou a informação.

A conclusão do inquérito, que foi remetido para a Justiça, foi divulgada nesta terça-feira (6) durante coletiva de imprensa virtual. O G1 entrou em contato com a defesa de Marra, mas até a última atualização desta reportagem não havia retorno.

Segundo a delegada de Homicídios, Ana Beatriz de Oliveira Brugnara, foram apontadas duas qualificadoras em relação ao homicídio. “Uma delas é o motivo fútil, pela dinâmica dos fatos. A outra é dissimulação, pelo fato dele ter enganado a vítima antes de disparar contra ela”, falou.



A delegada também indiciou o motorista de Jorge Marra por favorecimento e pela participação no crime de roubo. O nome não foi informado. “O funcionário ajudou a desobstruir a passagem para dar fuga quando ele retirou o veículo que estava atrás da caminhonete do autor”, disse.

Detalhes do inquérito

Segundo os investigadores, foram mais de 25 oitivas e 15 laudos periciais analisados. Conforme o delegado regional Valter André Biscaro Salviano, apesar de o crime ter sido por questões políticas, Jorge Marra não foi indiciado também pelo crime político.

“Existe um código eleitoral que tipifica crimes políticos. A conclusão não indica que ele cometeu por esse motivo. A vítima já foi vereador e já fez outras denúncias contra o autor, que era secretário. Na ocasião, apuramos que Jorge ficou indignado com a denúncia. Ele nos relatou que achou que não era justo e então cometeu o crime”, explicou.



Em relação às ameaças recebidas pela vítima, a delegada confirmou que ouviu testemunhas que declararam o desabafo de Cássio sobre ter sido ameaçado por Jorge Marra. Entre elas, está ex-prefeito de Patrocínio, Júlio Elias.

Os investigadores também concluíram que o homicídio não foi premeditado.



“Observamos que ele não estava com a arma no momento do crime, estava em outro local com uma distância de 10 a 15 minutos. Então pudemos observar que não teve premeditado, se fosse ele já teria chegado lá com arma”, falou a delegada de homicídios.

Mais investigações

Segundo o delegado Renato Mendonça Cardoso, o celular de Cássio Remis ainda não foi encontrado. A Polícia Civil tentou fazer um acesso remoto aos arquivos, mas não foi possível. “Interrogamos um menor de idade que tentou acessar o aparelho também. Ele nos informou que estava ajudando a família. Ele foi ouvido e liberado”, contou.

Outro caso que é investigado é o envolvimento de um ex-prefeito de Perdizes na fuga de Jorge Marra, já que no dia do crime a caminhonete dele foi encontrada em frente à casa do político. O inquérito está a cargo dos investigadores da cidade.



“Por enquanto duas pessoas foram indicadas, mas podem haver outras caso a gente descubra quem pegou o celular ou quem ajudou a remover o carro de Cássio na porta da delegacia, auxiliando na fuga do autor”, finalizou Ana Beatriz de Oliveira.

Liberdade negada

Jorge Marra teve pedido de liminar em habeas corpus negado na última quarta-feira (30). Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a decisão da desembargadora Márcia Milanez foi por “entender ser necessário, antes de qualquer coisa, pedir informações às autoridades de aspectos específicos que envolvem o caso para posterior análise do mérito”, diz nota enviada ao G1.

G1



Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza cookies para o seu correto funcionamento. Ao navegar você concorda com nossa política de cookies   
Privacidad
%d blogueiros gostam disto: